segunda-feira, 18 de agosto de 2014

The Riddle - Capítulo 1: Prologue



Nova Jersey já não se parecia a mesma depois de tantos anos. A antiga rua onde Adele havia passado a infância parecia-se tão nova e recente aos olhos cinzas da menina. Ela sabia que conhecia cada paralelepípedo daquela rua,o cheiro de cada árvore presente no jardim de cada casa. Porém tudo parecia vazio e sem nexo, toda a saudade de casa teria se perdido em um mar turvo e indecifrável.

Ela perguntava-se se fora ela que mudara ou se tudo simplesmente se esvaiu com o tempo. Uma agonia alastrou-se por seu corpo, depositando um arrepio gelado na espinha. Caminhou até o jardim da última casa da rua. O brilho fraco do Sol iluminava a grama, a deixando brilhante e extremamente verde. Ao chegar diante a porta branca, pensou em bater ou tocar a campainha mas seria estranho demais, até mesmo para aquela situação. Afinal, aquela também era sua casa, não era?

Buscou a chave dentro de sua bolsa, tirando um chaveiro com chaves e um aviãozinho de metal decorando a argola. Ao escutar o clique da porta se abrindo, sentiu como se sacos de cimento fossem tirados de suas costas. Ao adentrar a casa, o cheiro de erva-doce vindo das velas inundou seus pulmões, finalmente pode perceber algo familiar. A decoração vintage da casa permanecia intacta. Desde que seu pai havia falecido em um acidente em uma de suas missões, a mãe de Adele havia se dedicado inteiramente a sua carreira de desingner de imóveis. Lembrou-se de quando tinha doze anos e sua mãe a permitiu escolher toda a decoração de seu quarto, cada detalhe foi inteiramente vindo da sua opinião. Enquanto as colegas do colégio sonhavam em ter um quarto rosa, Adele inovou escolhendo cores de personalidade para o quarto. Paredes em tons degradê de azul e branco, o chão de madeira corrida escura, os móveis brancos e detalhados em turquesa , feitos a mão delicadamente. As grandes janelas com a moldura em preto. A varanda do quarto era decorada femininamente com flores roxas, amarelas e brancas, que Adele sempre adorou cuidar -hábito adquirido de sua avó Cécile- e um largo banco branco.

Adele caminhou pela sala, admirando os retratos postos em sequência sobre a lareira. Fotos de paisagens, e de sua família. Tocou a moldura de um porta retrato pensativa, relembrando o dia em que aquela foto havia sido tirada, em seu aniversário de nove anos. Seu pai e sua mãe abraçados e sorrindo, enquanto estava ao lado de seus irmãos mais velhos, Charlie e Christopher.

-Hey, Ad. -Escutou uma voz atrás de si. Ela conhecia perfeitamente aquela voz. Virou-se para encontrar um Charlie sorridente. Não havia mudado desde o último encontro dos dois. O cabelo negro -que havia herdado do pai- formando um topete, enquanto a íris de seus olhos verde-cinzentos como os dela eram circundadas por uma auréola dourada. Os braços fortes estavam aparentes por causa da regata preta que vestia, a pele bronzeada como sempre.

-Charlie! -Adele jogou-se nos braços do irmão.O apertou com força, como se um medo de perdê-lo a assombrasse. O cheiro de sabão em pó e desodorante invadiu seus pulmões, a causando uma sensação extremamente familiar. Os braços musculosos do garoto circundaram o corpo alto da menina. Adele sempre gostou de ser alta, alguns centímetros mais baixa que os irmãos, obviamente, mas sempre fora a mais alta da classe ou de seu círculo de amigas. Nunca sonhou em ser pequena e extremamente delicada, gostava de sua altura pois achava aparentar não ser uma garotinha indefesa, além de sempre ir bem nos esportes da escola e mais tarde em todas suas missões.

-Ei, gigante. Senti saudades suas e principalmente de seus doces. - Os dois gargalharam. Um brilho invadiu os olhos dos irmãos. Aquela situação estava sendo incrivelmente agradável.

-Eu também senti as suas, Charlie. E bom, assim que eu tomar um banho e encontrar Chris e mamãe, farei aquela torta de limão que você adora. -A menina sorriu. Um sorriso adulto e compacto, pensou Charlie. Adele tinha perdido seu lado menina há muito tempo. Sua inocência fora roubada impiedosamente quando seu pai morreu.


Mr. Weiss, mais conhecido como Samuel Weiss era um dos agentes mais importantes do FBI. Um senhor inteiramente dedicado ao trabalho e a proteção de sua nação e família. Em uma de suas missões, fora capturado por um grupo terrorista anti-governo e torturado até a morte. Lutou com bravura até seu último suspiro, sem entregar qualquer informação sobre sua equipe. O líder do grupo fez questão de mandar a mão do patriarca com o anel Weiss para a casa da família. Por uma extrema má sorte, quem recebera e abrira o pacote foi Adele, ao início de seus onze anos. Aquela cena nunca mais sumiu da visão da garota, o pedaço de carne ensopado de sangue, e o anel do pai brilhante coberto pelo líquido escarlate. Não conseguira ao menos gritar, as lágrimas pareciam terem sido congeladas, o sangue que corria por suas veias fora substituído por metal gélido e elétrico. Adele sabia que a partir daquele momento, tudo havia mudado. E a pequena e inocente Adele havia sido substituída por uma garota determinada a proteger sua família e todos a quem amava.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

❌ Primeiramente, plágio é crime, se quiser postar algo em seu blog, peça permissão antes.

❌ Críticas serão bem vindas desde que sejam respeitosas e com algum fundamento -sejam construtivas-, caso contrário, o comentário desrespeitoso será ignorado e excluído por uma moderadora, no caso, eu.

❌ Todas as fanfics e imagines postadas neste blog são de minha própria autoria, sem ajuda alguma de co-autores. Se quiser me acusar de algo, peço que tenha provas.

❌ Avisos dados, aproveite a leitura e deixe sua opinião aí embaixo. Volte sempre.